30 junho 2009

Estado de Alerta

Depois de ter feito manchete, num jornal diário de S. Miguel, a noticia de que esta ilha poderia ser alvo de uma ou duas erupções vulcânicas nos próximos 20 anos, tive conhecimento de que o CVARG - Centro de Vulcanologia e Avaliação de Risco Geológicos da Universidade dos Açores, obteve a classificação de «excelente» num processo internacional que avaliou cerca de 350 unidades de investigação e desenvolvimento nestas áreas.

Segundo notícia o matutino DN, esta avaliação foi levada a cabo a pedido da Fundação para a Ciência e Tecnologia e por peritos internacionais, maioritariamente de universidades inglesas, que se deslocaram por várias vezes aos Açores entre os anos de 2007 e 2009.

O relatório desta avaliação, refere-se ao CVARG como «uma unidade de classe mundial, com objectivos bem focados, tornando-se num excelente exemplo organizacional que muitos outros centros de investigação deveriam adoptar», estendendo o elogio ao seu corpo de investigadores.
É bom saber que temos competência demonstrada e reconhecida nesta área, pois somos uma região vulnerável a fenómenos sísmicos e de vulcanologia.

Mas não posso deixar de ficar mais apreensivo com a noticia que destaco no primeiro parágrafo, pois este «excelente» faz com que eu fique em Estado de Alerta nos próximos 20 anos.

4 comentários:

Unknown disse...

Pedro, permite-me considerar o seguinte, não querendo intrometer-me na ideia veiculado no teu post:
Se vivemos numa região de eminente risco vulcanológico e sismológico, então devemos estar sempre alerta, os 20 anos é uma mera hipótese com pouco ou nenhum fundamento. Se pelo contrário há dados concretos e fundamentados sobre este assunto, então porque motivo não são mais divulgados, cabendo aos média, como é óbvio, a divulgação destes estudos/hipóteses. O contrário, lançar roqueiras para o ar (referindo-me aos média ou à fonte do média) is pure poison, don't think so ?

A ilha dentro de mim disse...

Percebo o stress de ter de estar sempre em alerta, mas o Luís Almeida não deixa de ter razão. Todos estamos fartos de saber que os fenómenos sismicos na região são cíclicos, geralmente com eventos mais fortes mais ou menos a cada dez anos. Pode ser na mesma ilha ou em ilhas diferentes, mas isso não devia retirar qualquer pressão ao alerta. Afinal, quando um vem geralmente acaba por nos afectar a todos, seja de uma maneira ou de outra.

Há, sim, que ter mais respeito pelo trabalhos dos cientistas e ouvir com atenção os seus alertas. A preparação de atempados planos de emergência e o treino regular das populações para reagir a um evento desta natureza devia ser já uma prática comum nas ilhas. Disso dependem muitas vidas, como provou o recente sismo do Faial em 1998, onde a reacção da maioria das pessoas fez toda a diferença no resultado final da tragédia.

Anónimo disse...

Um sismo, uma erupção nos próximos 20 anos é tão certo como dois mais dois são quatro.Não vejo onde está o espanto e o alarmismo da imprensa cubana.

pedro lopes disse...

Caro Luís,

podes perfeitamente rebater ou intrometer-te no que escrevo no post. No problema. ;)

Eu não vou condicionar a minha vida nos próximos 20 anos devido a esta noticia - de que haverá uma ou duas erupções vulcânicas.

Podemos, ou antes, devemos - como diz "a ilha dentro de mim" -, é prepararmo-nos melhor para evitar os danos que daí possam advir.

Aliás, o título pode parecer/ ser um pouco alarmista, mas o que eu pretendo, de facto, é dar revelo à excelência reconhecida internacionalmente pelo CVARG. Com bons profissionais poderemos estar mais atentos e, consequentemente, mais bem preparados para lidar com esta evidência - como refere o "anónimo" supra.

E, Luís, a imprensa deu relevo a este facto. Mas não podemos/devemos cair numa situação de alarmismo quotidiano....embora uma informação ponderada e regular não seja de excluir.

Deixem trabalhar os «excelentes» profissionais que temos,e, quando for caso para tal, estou certo de que darão o alarme para nos colocarem em "estado de alerta".

Até lá é fazer, como diz a "ilha dentro de mim"; uma "preparação de atempados planos de emergência e o treino regular das populações para reagir a um evento desta natureza devia ser já uma prática comum nas ilhas."