Há uma contínua incompreensão das autoridades governativas regionais relativamente à relação com a União Europeia. Os exemplos surgem recorrentemente e hoje tivemos mais um.
Disse Vasco Cordeiro que a UE não está a dar a devida atenção aos Açores (estou a citar de memória), a propósito do regime de excepção - justamente - desejado pela nossa região na aplicação das taxas de CO2. Evidentemente, os Açores, pela sua natureza geográfica e subsequente dependência dos transportes aéreos, não devem estar afectados pelo sistema de taxas de CO2, uma vez que se vai reflectir, necessariamente, nos (já de si altos) preços das passagens aéreas e restantes serviços.
A acção dos Açores relativamente à UE deve ser a montante das tomadas de decisão. É necessário compreender a mecânica de funcionamento das instituições europeias, para chegar à conclusão que o lobby é essencial.
Há quase um ano, o governo dos Açores anunciou a contratação de uma empresa especializada em lobbying. Apesar de ser um passo na direcção certa, não parece ser a melhor opção, pois se poderia ser útil em momentos técnicos específicos, dificilmente teria o sucesso que só o sentimento de pertença pode conferir.
19 junho 2009
Lobbying
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3 comentários:
Caro Rui,
concordo com o que diz, mas penso que grande parte do problema esté sobretudo no facto de não se possuir uma cultura de trabalho relativamente à UE nos Açores. A maior parte das políticas são conhecidas em canais abertos meses antes das decisões finais, e não se procura influenciar essas mesmas decisões. A política dos Açores neste ponto consiste até agora na "representação" em fóruns de utilidade questionável.
Quanto à questão da empresa de "lobbying" ou da representação açoriana, creio sinceramente que não é o facto de se pertencer à Região que melhora a qualidade do trabalho. Trabalho numa empresa de "lobbying" que não concorreu à conta do Governo Regional e por isso acho que não sou parte interessada. Conheço os exemplos das representações espanholas e italianas na UE, e mesmo estas, e é mais ou menos público que o trabalho desenvolvido por estas deixa muito a desejar às próprias regiões, em virtude dos meios técnicos e humanos que (não) possuem. Uma consultora, apesar de não possuir uma ligação "emocional" ao cliente para que trabalha, em virtude da extrema competitividade que enfrentam as empresas de public affairs, tenta sempre entregar um trabalho o mais preciso possível.
De qualquer maneira, não faço ponto de honra disto ;)
cumprimentos
miguel
Pensava que o projecto "Ilhas verdes" acanbaria com as limitações do CO2.
Caros Rui e Miguel,
e que tal uma "zona mista"!?
Combinar o bom saber e experiência de uma empresa de "lobbying", mas incluir uma equipa de Açorianos (a alma) competentes (o saber fazer).
Talvez assim se consigam melhores resultados. Digo eu.
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