12 julho 2009

História de um mundo que não é o meu

Trinta e cinco anos depois, vem-me à memória a luta entre as duas perspectivas sobre o rumo que o país deveria seguir. De um lado, propunha-se a imposição do modelo utópico da distribuição da pobreza por todos; do outro, corajosamente, argumentava a lucidez de quem percebeu exactamente onde é que esse caminho acabaria por nos conduzir e que a História confirmou. Pelo meio, ficou a destruição de uma Herdade que era um exemplo económico no Portugal agrário, esmagada por uma "comprativa" Peter Pan.

5 comentários:

Rui Rebelo Gamboa disse...

É, de facto, fantástico como aquele homem percebe de imediato a falência daquela forma de organização. Eu apenas não concordo contigo em relação à "imposição de um modelo utópico". Alguém referia há tempos (penso que aqui mesmo neste blogue) que era algo muito mais profundo e com intenções bem realistas de ocupação e eternização no poder, mas disfarçado de modelo utópico. Acho que era mais isso.

Aconselho um outro vídeo que está associado a este, no youtube, que é feito há pouco tempo e que faz a retrospectiva da ocupação de terrenos no Alentejo por essa "cooperativa". O sr. que na altura entra no palácio e remexe em tudo, durante a ocupação, acabou presidente da câmara lá do lugar.

A intenção era, ou não, a ocupação e eternização no poder? E isso é utópico, ou realista?

José Gonçalves disse...

Concordo que as acções da elite da Utopia são perfeitamente realistas e objectivamente pensadas, com um fim previamente estabelecido: a manutenção do poder.
No caso concreto, a referência à utopia resulta da instrumentalização de "peões de brega" que pouco ou nada percebiam sobre aquilo que estavam a fazer, ou melhor, percebiam o imediato e agiam instintivamente em conformidade. Aqui o que importa realçar é a coragem e a lucidez do agricultor que desmonta em duas frases curtas toda a "doutrinação" que aquele "jovem quadro" do aparelho possa ter querido transmitir, demonstrando que a imposição da colectivização (o seu problema imediato)mais não era do que uma utopia. Tudo o mais, era para eles, algo intangível.

Zé das Medalhas disse...

Onde anda o Tiago R., paladino da sobrevivência da espécie, que ainda não veio explicar a necessidade de vivermos sob tão auspicioso regime?!

Anónimo disse...

Zé das Medalhas ainda te vam descobrir a careca, sê safade.

Atchiiiiiiim disse...

Sem sombra de dúvida, penso eu de que estando Portugal necessitado de uma Revolução a sério, devêsse-mo-la começarem já.