01 dezembro 2009

O Referendo e a Suiça

A Suiça, esse país do terceiro mundo, que sofre do síndrome da altitude, proibiu a construção de novos minaretes nas mesquitas já existentes ou a erigir.
Malditos governos!, dirão os defensores da liberdade e modernos anti-Torquemada.
O problema é que a Suiça -lo com recurso a um referendo, figura jurídica usualmente utilizada nesse país de analfabetos, por tudo, por nada e por mais alguma coisa, certamente por ser governada por políticos ainda mais incompetentes do que os analfabetos que os elegeram, para os quais a única preocupação se resume à construção de relógios e à degustação de fondue de queijo. Estupidamente alarves, portanto!
Cá no burgo, o referendo, como sabemos, está bem e recomenda-se, feliz por se viver numa democracia avançada.
Contrariamente a essa desgovernada Suiça, Portugal tem líderes políticos fortes e carismáticos, cuja superioridade ético-moral é de tal modo elevada que os cidadãos não necessitam imiscuir-se em questões comezinhas que tão brilhantes cabeças podem facilmente decidir por eles, como, aliás, se viu na questão do aborto.
Aliás, tal como se viu quando aqueles lhe deram tal benesse, os cidadãos portugueses (estúpidos como os suiços) obrigaram-nos a reutilizá-la, para realinhamento cerebral, com isto desperdiçando alguns milhões de euros, tão necessários para a criação de 150.000 novos empregos. Daí para cá, para aprenderem, não tiveram mais.
De qualquer modo, o referendo suiço, apesar de vir de um país atrasado e com défice democrático, veio provar, com o seu resultado, a sua utilidade.
Com efeito, um dia destes um qualquer político, menos estreito de ideias, vai perceber que a utilização da democracia directa como almofada de protecção em assuntos que exijam coragem pessoal e política não é uma ideia dispicienda. Pelo contrário, até tem a vantagem de culpar os analfabetos e eles até estarão dispostos a isso, sempre para o seu próprio bem, claro!

1 comentário:

Um leitor de Ponta Garça disse...

Eu acho que os nossos deputados deviam proibir os badalos nos sinos da nossas igrejas.

Como os minaretes, que estória é essa de meter o sino a tocar de hora em hora?

E já nem falo quando o Silva-Sacristão puxa a repique os carrilhões: o sino toca "aleluia" à badalada e já não é a primeira vez que o meu cavalo rebenta as correntes.
E é couces para quem tentar meter a mão em cima.

Ora, está visto: tudooooooo para arreliar a minha liberdade religiosa.