Num dia em que uma conhecida livraria lisboeta prometia e vendia mil e um títulos a preços mais ou menos cómodos, perante tão vasta oferta e sôfrega tentação, o futuro a curto prazo caiu como uma bomba no cérebro do cliente. Dilema! À medida que ia carregando as mãos com os mais variados e, durante a maior parte do ano, fisicamente inacessíveis livros, o velho mas actualmente bem presente princípio económico sobre a escassez de recursos, ia começando a martelar-lhe o espírito, intrincando-se finamente até à clarividência. Impunha-se a escolha racional. Mas não era uma escolha qualquer. Agora, não havia hipótese de dilação. Desta vez, era mesmo a escolha entre o absolutamente essencial e o relativo acessório. Na necessidade de gestão dos meios financeiros, entre a aquisição de comida e a aquisição de livros, venceu o instinto mais básico: sobrevivência. O medo da fome e a estultícia alheia despojaram este ser humano de qualquer direito de escolha, afinal aquilo que o distinguia dos demais espécimes que pululam pelo planeta, estultos incluídos. Já não se pode ter um miminho de Natal!
1 comentário:
E como por cá é só festas. a populaça ainda não percebeu.
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