Na semana em
que Ponta Delgada comemora os seus 467 anos sobre elevação a cidade, duas intervenções do Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, dignas de
registo.
Primeiro,
informou-nos que, apesar dos tempos de crise em que vivemos, onde há menos
dinheiro para as autarquias, a Câmara Municipal de Ponta Delgada conseguiu o
feito de não estar a dever absolutamente nada aos seus fornecedores. Como se
sabe, este é um dado que muito poucas autarquias do país e mesmo os governos regionais e nacional se
podem orgulhar. Além disso, a Câmara de Ponta Delgada duplicou as
transferências para as Juntas de Freguesia. Ora, isto significa uma gestão
muito rigorosa do erário público municipal. É a prova acabada que é possível fazer mais
mesmo tendo menos. Bolieiro está a gerir a Câmara Municipal de Ponta Delgada
como nenhum político até hoje, nos Açores, geriu o bem público, com seriedade,
criteriosamente e a pensar, acima de tudo, no superior interesse da população
que está a servir e não a pensar em jogadas palacianas de politiquice pequena,
que têm sempre como objectivo o interesse de quem está a governar. Bolieiro já
demonstrou que é diferente. Acima de tudo, é sério, coisa rara nos dias que
correm.
A segunda
nota de registo é ainda mais sintomática sobre a forma de estar na política do
Presidente da Câmara de Ponta Delgada. Bolieiro abordou o tema do Hotel Casino da Calheta, qualificando-o de
uma vergonha, reclamando, ao mesmo tempo, e com urgência uma solução para aquilo que devia ser o Centro Comercial ao lado, dizendo que é preciso demolir e reutilizar aquele espaço.
E isto
não é algo de somenos. Até agora, o Hotel Casino era como um elefante que
estava na sala política dos Açores e nenhum dos partidos tinha coragem em falar
do assunto, pela razão óbvia, que todos têm uma quota parte de culpa na
construção daquele mamarracho em cimento que está ali plantado, inacabado.
Todos têm a sua quota parte, mas uns têm mais culpas no cartório que outros. Na
verdade, a construção do Hotel Casino foi licenciada pela própria Câmara
Municipal de Ponta Delgada. Mas todo o restante e ainda obscuro processo de
concessão de licença de jogo e de adjudicação àquele consórcio, que, na
prática, é que saiu a ganhar com isso tudo, foi responsabilidade do Governo
Regional, do Partido Socialista.
É que o consórcio
que o Governo Regional contratou para construir e depois por a funcionar o
Hotel Casino, a ASTA, teve um bónus que foi a exploração das Termas da Furnas,
onde está localizada a "maior hidrópole de águas termais da Europa". Só que a
ASTA, que recebeu muitos milhões de
dinheiro público do Governo, como sabemos, não fez nada com a Termas das
Furnas, deixando, inclusivamente, várias pessoas no desemprego e deixando
aquele belo espaço ao abandono. E, como Bolieiro agora referiu, deixaram aquela vergonha que
é o Hotel Casino numa das zonas que poderia ter sido uma das mais bonitas de
Ponta Delgada. Tínhamos ali condições para manter aque simpático um porto e a uma baía natural, de onde
se poderia ter tirado enormes proveitos turísticos e fazendo à mesma a
continuação da avenida. Mas não, o importante foi dar dinheiro ao consórcio
privado para fazerem a obra de cimento e betão. Típico.
A verdade é
que aquele monstro está ali plantado e certamente que do lado do governo regional
não há vontade de fazer nada, mas do lado da Câmara de Ponta Delgada, há. Desde
já, este sinal importantíssimo, que é o reconhecimento da vergonha que aquilo
representa e necessidade de se encontrarem soluções, por parte do Presidente da
maior autarquia dos Açores, José Bolieiro.
1 comentário:
Caro Rui Rebelo
Sem dúvida que era importante saber em pormenor as responsabilidades repartidas entre Governo e Câmara de Ponta Delgada, na questão do Hotel casino da Calheta.
Esta monstruosidade não pode "morrer", sem se aferir das responsabilidades de todos.
Se não forem esquecidas estas boas intenções do presidente da Câmara de Ponta Delgada é caso para se lhe endereçar os parabéns por esta gestão, mas por outro lado saber o porque da gestão desastrosa de Berta Cabral e se existem algumas responsabilidades, por acção ou omissão no actual presidente?
Bom Post, atento ao viver da Cidade.
Açor
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