14 abril 2013

Um bom Ponto no i


 
     
       E com efeito a mim também já me tinha ocorrido.
       Explico-me: estampa-se na 1.ª página do i  de 13/14.04.2013, a vera (é um modo de falar) efígie do pai da pátria com uma sua observação verdadeiramente fina e pertinente sobre as possíveis consequências «disto»: «Por muito menos que isto foi morto o rei D. Carlos», parece que aludindo ao seu colega actualmente em Belém.
        Sim, também já me ocorrera, mas com referência aos reais e directos responsáveis «disto»;convém a saber: a quem desgovernou na última boa dúzia de anos antes da«catástrofe» declarada; ou seja: ao famigerado engenheiro, agora reforçado de philosophe de la rive gauche, e comandita.
         2 + 2 = 4. Por enquanto.
         Mas, antes que alguém se lembrasse de se sair com a verdade – com o óbvio ululante, como não se cansava de repetir o grande Nelson, – este pai da pátria no activo antecipou o exercício desviando a farpa dos autores directos e imediatos «disto», e engatilhando-a, quando muito, aos meros comparsas ou cúmplices mais ou menos remotos.
          – É de «animal político» – comento com minha avó Georgina. 
          – Sim – obtempera a velha Senhora, – mas em todo caso mais do primeiro que do segundo. Porque, vamos e venhamos: há limites para o falseamento e mistificação. Ou devia haver.
         – Deve ser da idade – explica a boa Ilda. – A outros dá-lhes para apalpar meninas. Ou meninos. Tem-se visto…
          – De todo modo – continua a velha Senhora, com uma ponta de exaspero na voz, – sempre é triste ver a gente um sujeito com uma vida política quase tão longa como a de Salazar, senador emérito, quase chegado ao momento de entrar na história, e sem uma frase original, um dito memorável, uma síntese feliz, para legar à posteridade. Até Sampaio, que passou dez anos a compor laboriosamente sibilinos discursos com o prestimoso adminículo do Grande Dicionário das Banalidades, Asneiras e Lugares Comuns, teve artes de se sair com a frase: «Há vida para além do défice», que nem o estar errada e espancar a língua portuguesa lhe tira algum mérito. Pensar que o velho Churchill enche livros com frases avulsas, e o nosso decano dos decanos o mais que consegue é apresentar uma frase requentada de Afonso Costa, esse tetraneto de Robespierre!… É triste. É lúgubre. É pobre e paupérrimo. Os amigos que se cotizem para lhe desencantar um dito, uma ideia. O ancião merece…

8 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luiz de Monte André
O seu comentário tenta ser rebuscado e fazer uma critica acertada, mas não só, tenta ter estilo sem o ter, como falha o alvo duma critica adequada à situação.
Não nutro grande simpatia por Mário Soares, mas muito menos posso ter para com Cavaco ou para com as figurinhas deste governo.
É interessante que se preocupa com a questão da frase usada por Mário Soares(acertada como sátira)mas nada nos diz com a desgraça prosseguida por este governo que já levou pessoas tão insuspeitas como, Manuela Ferreira Leite, Silva Peneda,Freitas do Amaral,Pacheco Pereira, Rui Rio e tantos outros a desconsiderarem toda a politica de austeridade que cria a miséria a destruição do tecido produtivo e o aumento de todos os indicadores económicos negativos que pretendia corrigir, a defesa do seu partido não passa por esta fidelidade canina aos imbecis de Passos e Gaspar, melhor faria que se junta-se ao corro dos Sociais democratas que em prol da sobrevivência politica do PSD, atacam justificadamente este Governo.
Saudações
Açor

Anónimo disse...

Ora aí eis aí um comento tão certeiro quanto ao miolo como quanto ao estilo e forma do texto sobre o «pai da pátria» e coortes socialistas.
Mas cada um julgue por si, sendo porém certo que, se os morcegos não conseguem ver a luz, a culpa não será do Sol.
LM

Anónimo disse...

Sim, falar mal do Lapin é que dá aquele estilo!

Chiquinho mas do PSD disse...

Deixe-me dar-lhe os parabens, Luiz Monte André, por se dedicar ao comentário político. Acho que fará bem ao único blogue que nunca teve medo de quem mandava na nossa terra. Tem sido um prazer ler os seus textos que me despertaram para novas leituras. Tambem acompanho as criticas dos leitores e verifiquei que o Açor é um dos bons que o blogue tem. Mas agora não tem razao.
Quando nada mais há para dizer ou tentar contradizer, o Açor dedica-se à crítica literária! Sintomático como prova do desnorte que grassa nas (nenhumas) ideias alternativas à política que o governo actual segue.
Açor, o Luiz de Mont'André, que leio com muito gosto, tem muitos textos literários no blogue para escrutínio. Sempre é melhor do que tentar tapar o sol com a peneira. Mas compreende-se. Até o Açor já percebeu que o farol do Rato é um poço de contradições e que há que fazer passar despercebido o regresso do licenciado de domingo à tarde, tal o chorrilho de asneiras com que nos brinda. Açor não tenha receio: pode bater no seu PS, a não ser que tenha medo que o afecte na sua vida...

Anónimo disse...

Sim, Chiquinho tem razão. Açor não é nenhum morcego; o que usa é só óculos cor de rosa.
LM

Anónimo disse...

Caro Chiquinho
Agradeço os seus exagerados e injustificados elogios, mas engana-se redondamente nas minhas preferências partidárias.
Não costumo de facto, comentar os textos literários do Luiz, mas no que se refere à sua ligação à politica, achei que tinha alguma coisa a dizer, e filo, não por ter mais simpatia pelo Mário Soares do que aquela que teria por qualquer outro politico com a mesma idade e igual participação politica.
Para além do que escrevi, julgo que não foi bonito, não se dirigir pelo nome do visado, quando por exemplo o fez em relação a Cavaco e Sampaio, personagens bem mais criticáveis, do que Mário Soares.
Nunca usei a bajulação para conseguir nada na vida e no que concerne à politica, nunca me quis filiar em partidos que me dessem seja o que for, pois só entendo a politica como serviço público desprendido e solidário em prol da sociedade.
Está distraído, ou não leu os meus comentários aqui, ou no Ilhas, fui e serei critico quer seja do PSD, PS ou outro que em lugares de Poder, não trabalhe para o bem comum.
Lavra num erro clamoroso que é o de pensar que não existem alternativas para uma ideia, teórica ou prática, seja ela qual for, só uma ideia ditatorial, pode pensar que é única, até a morte tem a alternativa de ser adiada.
Em relação a este governo, as alterações começarão com as suas certezas inalteráveis;Passos em campanha eleitoral começou a dizer que não aumentava impostos, para depois os alterar, disse que o programa da Troika era bom, para agora dizer que é imposto, mal feito e não é da sua responsabilidade, tendo porém assinado e não manifestado nenhuma critica, dizia que não haveria renegociação, mas aumentou os prazos e negoceia alterações ao seu conteúdo.
Considero o PS com uma prática muito semelhante ao PSD e as principais diferenças se substanciam na posição em que eles se encontram, na oposição é uma coisa no governo é outra.
É claro que existem alternativas, é do próprio seio do PSD que elas vêm com toda a força, até o seu mais jovem ministro, maduro se apresentava 15 dias antes de tomar assento no governo com a ideia dum governo de salvação Nacional como alternativa a este governo.
Não vou dizer as alternativas que elas são muitas, mas sempre lhe digo que mesmo que a austeridade fosse o caminho, havia sempre a alternativa de cortar em outros lados como as parcerias público privadas, nas rendas, nas subvenções aos partidos á banca, ás empresas, fundações, institutos, etc,etc...
Mas é claro que a austeridade não é o caminho, lembra-me um comentário dum ouvinte que dizia que uma família desempregada só pode pagar as suas dividas se arranjar emprego, como um estado só pode pagar as suas dividas se tiver o seu tecido produtivo a produzir de boa saúde, aqui o que o governo está a fazer é a destruir o tecido produtivo, posso apontar um dos impulsionadores deste governo, Nogueira Leite, como um dos que é agora critico, ao rumo seguido.
Não é pela austeridade, irracional, sem equidade e sem rumo, que vamos lá, sem falar que a própria Alemanha teve um perdão da divida brutal e bem vistas as coisas se calhar, não é só a Grécia, a ter créditos em relação à Alemanha, Portugal pode ser um destes Países.
Disse a seu devido tempo que este problema da crise não era só Portuguesa, mas europeia e que Portugal devia accionar os mecanismos diplomáticos para unir os partidos Europeus(sobretudo os, iguais a Portugal)no sentido de mudar as politicas e o posicionamento da comunidade face ás dividas, depois de serem os bons alunos e não lutarem por nada, começam a esposar uma ténue abordagem do tema diplomático, mas sempre com a subserviência de quererem serem os piões de Merkell.
As alternativas estão no coração e na mente de todos os que sofrem com esta politica desastrada, é só uma questão destes terem voz para expressarem as suas ideias, que se continuarem a ser reprimidas passarão a acção incontrolável.
Saudações
Saudações

Chiquinho mas do PSD disse...

Presumo entao que o Açor prefere o filocomunismo ou entao é um daqueles arautos que acha que o Bloco é que é cool. Tenho acompanhado os seus textos aos comentarios do Gamboa e do Gonçalves e pelo que vi nunca o Açor apresentou uma unica ideia que apontasse uma alternativa. O Açor, ainda que a leitura das suas palavras sejam alvo de reflexão, é apenas um protestante militante bem ciente de que os seus gurus nunca atingirao o poder ou atingindo-o serao incapazes de dar soluçao melhor do que a que o atual governo oferece ao país. Bandeirinhas é o que está a dar... a não ser que nos dê ideias.

Anónimo disse...

Caro Chiquinho do PSD
A primeira e fundamental alternativa seria, a destituição do Governo de Passos Coelho...
Neste momento os apoiantes de Berta Cabral estarão contentes e apreensivos, pois Berta recebeu um presente envenenado, ao aceitar ser secretária de estado dum governo que esta em fanicos e que procedeu a uma remodelação em virtude de práticas lesivas(e quiçá ilegais)deste Governo em relação aos dinheiros Públicos.
Até Durão Barroso, já considera que a austeridade não pode continuar.
É interessante que este Governo e os seus seguidores peçam alternativas a todos, mas não estejam dispostos a aplicar nenhuma alteração ao seu Plano(digo da Troika e Merkell)mas apesar de não dispor nem dos dados do Governo, nem dos seus conselheiros pagos a peso de ouro, só em conselhos jurídicos foram mais de 8oo milhões de Euros a sociedades de advogados de amigos.
As minhas medidas hoje são diferentes daquelas que anunciei, no inicio do mandato de Passos e isto em virtude de que neste momento a simples renegociação da divida em montantes, juros e tempo, já não é suficiente, tal a perda de tempo do Governo.
Neste momento penso que a opção radicalizou-se e não vejo outra solução do que o perdão de parte da divida, como tem acontecido ao longo da História com os Países que têm dividas semelhantes à nossa, como deve saber, a própria Alemanha, foi beneficiada com um perdão da sua divida que seria altamente benéfica para Portugal, se houvesse um perdão na mesma percentagem da divida.
As últimas informações que levarão à destituição dos secretários de estado, dá não só uma ideia do desnorte deste governo, como nos indica que esta austeridade nem sequer cuida racionalmente da gestão dos dinheiros do País e limita-se a criar uma situação de perda de salários e de poder de compra para os trabalhadores Portugueses, penso que seria necessário em troca com esta austeridade uma gestão cuidada dos dinheiros públicos no sentido de cuidar de aplicar criteriosamente cada euro gasto.
Outra medida fundamental seria uma cuidada e exaustiva auditoria ás contas do estado e à responsabilidades daqueles que tomarão erradas opções económico politicas e escalpelizar quem se aproveitou destas mesmas opções.
Não advogo a saída do Euro nem da Comunidade, não que isto seja a desgraça, mas porque não queremos facilitar a vida à Alemanha, se quiserem que sejam eles a terem o Ónus de tomar esta medida.
Temos que investir num plano dinamizador da nossa economia, que tenha por motor a ligação comercial com os Países de língua Portuguesa, África e as Américas, não desistindo no fundo de intra agir com todo o Mundo, procurando mercados e investidores.
Apostar fortemente no mar, na nossa indústria Naval, nos estudos científicos sobre os Oceanos e prospecção marítima.
Dinamizar a agricultura fomentando o estudo sobre novos processos de agricultura e do apoio cientifico aos agricultores, fomentar a exploração mineira etc, etc...
O dinheiro ou era encontrado no exterior, ou mesmo internamente, apostando em produtos económico financeiros atractivos para ambas as partes.
Usar uma diplomacia mais intensa e dignificante com a Europa, juntando os governos e Países que se quisessem juntar nesta voz colectiva, necessária para fazer repor a racionalidade e bom senso à Europa.
Penso que à destituição deste governo se devia seguir um governo democrático e Patriótico que tivesse por intenção encontrar o maior denominador comum no sentido de unir o Povo Português no desígnio dos interesses de Portugal.
Isto não é um tratado nem podia ser é apenas umas medidas ao correr do teclado que julgo serem bem mais úteis do que o marasmo deste governo.
Não tenha intenção de me enquadra partidária mente, pois penso pela minha cabeça e não estou comprometido com nenhuma força politica, nem penso que se deva ostracizar seja quem for que queira contribuir para sair deste pântano.
Saudações
Açor