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04 junho 2008

Index Liberdade Económica


O 2008 Index of Economic Freedom foi criado pelo Wall Street Journal e pela Heritage Foundation, para medir e escalonar a liberdade económica dos países do Mundo. O ponto de partida é a tese de Adam Smith (1723-1790) que diz "quando as Instituições protegem a liberdade dos indivíduos, maior prosperidade resultará para todos". Usando fontes estatísticas como o Banco Mundial, ou o FMI, o Index mede 10 diferentes níveis de liberdade económica em cada país, para depois atingir a lista final dos países mais livres economicamente.

No top 10 encontramos países como Irlanda, Austrália, EUA, Reino Unido, Chile ou Canadá. No fundo da tabela estão a Coreia do Norte, Cuba, Zimbabué e Líbia. Portugal está em 53º/157.

Mas em relação a Portugal há mais alguns dados que devem ser realçados. Em relação à dimensão do Estado, Portugal está muito longe da média, ou seja a máquina estatal portuguesa é enorme e o Estado está muito envolvido nas actividades económicas. Mas Portugal também está longe da média em termos de liberdade fiscal e liberdade laboral. No entanto, em termos de corrupção e direitos de propriedade, Portugal está acima da média.

23 maio 2008

Porque os preços estão a aumentar


O aumento nos preços dos alimentos é um problema que poderá ter efeitos graves, principalmente entre as populações mais pobres. Entre Setembro de 2006 e Fevereiro de 2008 os preços dos bens de agricultura subiram 70% (em USD). Mas onde está a verdadeira origem do fenómeno? As razões pode ser divididas em estruturais e temporárias:


As razões estruturais:

- O aumento na procura por alimentos de alto valor (como carnes e produtos diários) nas economias emergentes, como China, Índia, Brasil. Por exemplo, os chineses consumiam 20kg de carne por ano em 1985 e hoje consomem 50kg.

- O aumento da população mundial.

- Os biocombustíveis. O aumento na procura por biocombustíveis e as actuais políticas que promovem a sua produção. Nos EUA, a produção de bioetanol prevê-se que absorva 25% da produção de milho.

- O aumento nos preços dos combustíveis. Indirectamente, porque faz aumentar a procura por biocombustíveis e directamente porque reflecte-se nos custos do gasóleo, dos pesticidas e nos próprios meios processamento.


Razões temporárias:

- Condições meteorológicas adversas que afectaram alguns dos países exportadores. A Austrália sofre de secas há 6 anos, que levou a uma quebra de 50% na produção em 2006. A quebra na produção de cereais, devido ao tempo, na América do Norte, Europa e Austrália no ano de 2006, foi de 60 milhões de toneladas, um número 4 vezes superior à quebra devido ao uso de cereais para o etanol. As alterações climáticas são pois uma razão fundamental, que poderá passar à condição de estrutural, em vez de temporária.

- Especulação, derivado da crise que os mercados financeiros enfrentam. Desesperados por um retorno rápido, os especuladores estão a retirar muitos milhões do mercado imobiliário para o mercado dos alimentos. É aquilo a que os peritos em Wall Street chamam de “commodities super-cycle”. As falhas nos pagamentos de dívidas, no sector imobiliário, estão a causar pânico, que leva à procura de investimentos seguros. O mercado alimentar é um investimento seguro, porque é certo que a procura não irá baixar e vai até aumentar. Como bem sabemos, bancos, casas de investimento, etc. não são movidos por moral, mas sim pelo lucro. Há até quem sugira que esta é uma estratégia que tem o apoio do próprio Governo Federal norte-americano, com o intuito de dar novo fôlego a Wall Street e à economia dos EUA. A verdade é que o colapso do dólar significa que a maior parte dos bens internacionais estão mais caros e o declínio do dólar é uma consequência da política americana (e britânica) de baixar os juros. Quando os juros estão abaixo do nível de inflação, os investidores têm que mover os fundos de sector para sector, para terem o máximo de retorno, nos anos ’90 houve uma corrida às acções da Internet, que criou uma “bolha” que rebentou em 2000, levando a uma crise, que obrigou os investidores a procurarem outra área: o imobiliário. Agora, com o colapso desta “bolha”, os investidores mudaram novamente, para os bens de consumo, criando uma nova “bolha”. O problema é que esta nova “bolha” afecta directamente grande parte da população mundial; a mais pobre.

Políticas de resposta?