03 fevereiro 2007

O Papel da Comunicação Social II

Já aqui manifestei o meu desagrado pela forma pouco incisiva como a comunicação social dos Açores trata das questões mais importantes, que por aqui se vão passando. Demonstrei-o, inclusivamente, dando como exemplo o método funcionalista. Essa tese diz-nos que, quando todos os agentes de uma sociedade integrada desempenham o seu papel convenientemente, geram consequências inevitáveis nos outros, o oposto, evidentemente, também acontece, ou seja, quando um desses elementos não desempenha o seu papel, outro haverá que também piorará na sua função.

Para ilustrar isso mesmo, deixo dois exemplos, um para cada uma das situações acima referidas: o caso Bragaparques que envolve a Câmara Municipal de Lisboa, está a sofrer enormes avanços porque a comunicação social, e bem, está a desempenhar a sua função, investigando e procurando dados novos, envolvendo a opinião pública e, desta forma, levando a que os responsáveis dêem explicações e, inclusivamente, levando a demissões e até a levantar a hipótese de eleições antecipadas.

Ora, nos Açores passa-se exactamente o contrário surgiu há dias nos jornais a notícia que a Directora Regional de Saúde, andava a fugir aos impostos. Houve essa referência, que em alguns jornais veio na 1ª página (sejamos justos), mas que teve pouquíssimos desenvolvimentos, assim e não fosse a blogosfera, esse assunto teria caído em maior esquecimento do que aquele em que se encontra actualmente. Não há, desta forma consequências, e as coisas continuam como estão e sempre estiveram, ou seja a total impunidade com que agem alguns representantes do poder.

4 comentários:

Anónimo disse...

Quem é voce para questionar os media?
Um jornalista?
Um comentador?
Ou sera ou frustrado?
Tenha tino!

Rui Rebelo Gamboa disse...

Meu caro, os factos apresentados respondem por si. E esse tipo de reacção só valida aquilo que escrevi, por isso agradeço-lhe desde já.

Pedro Lopes disse...

Também eu desconhecia, que só um jornalista, um comentador, ou um frustrado, tem direito a ter e manifestar uma opinião ou questionar algo.!!?

Não conheço a formação do senhor Rui Melo, mas ao manifestar-se dessa forma, só vejo que tenha enfiado o barrete e seja, efectivamente, o tipo de jornalista de que falas, caro Rui.

Quem tem brio profissional e não tem "rabo preso", concorda certamente com o poder do jornalismo de que falas na primeira parte do teu post, e usa-o concientemente.

Cumprimentos

É bom mexer com a inércia.

Claudio Almeida disse...

Nem mais Rui.
Falta ainda muita cultura jornalística nos Açores.

No continente os jornalistas quase que comem vivos os Politicos.
Por exemplo, na questão levantada pelo PSD sobre o Fundo Social de Socorro, não houve nenhum jornalista que perguntasse quem foram as pessoas que o governo atribuiu o subsidio.

Se fosse no continente era logo "Nomes, digam nomes!"