15 fevereiro 2009

Ser Benfiquista, um Tratado Sobre Resistência Nervosa

Vou aproveitar o estado de espírito [profundamente enervado] para escrever sobre o Benfica. É que se deixo para amanhã, o sentimento esfria, caio na razão e acharei que não merece a pena.

O Benfica venceu o Paços de Ferreira por 3-2 e embora a generalidade dos “especialistas” das rádios achar que foi justo, eu tenho uma opinião distinta. É verdade que o Benfica atacou muito mais, teve mais remates, etc., mas não produziu o suficiente para deixar claro a enorme desigualdade que há entre os dois planteis. Os “especialistas” mostraram-se surpresos, pois pensavam que depois da boa exibição no dragão, o Benfica ia jogar melhor. Estão profundamente enganados.

O sistema táctico escolhido por Flores adapta-se a jogos contra equipes que atacam e, inversamente, não serve quando se joga contra equipes que privilegiam a defesa. Ora, uma vez que 90% [assim por alto] dos jogos da época do Benfica são contra equipes que procuram, no máximo, não perder, o sistema táctico deveria ser mais ofensivo.

Além da forma como, por princípio, Flores encara o futebol, há outra razão para este fiasco defensivo que é o futebol do Benfica: Luisão. Não haja dúvida que é um excelente central, mas, devido à sua falta de velocidade, necessita de jogar a meio do seu meio campo. Senão, se adiantar-se, os adversários fazem passes para as suas costas e com avançados rápidos [normal nas equipes pequenas] ficam isolados frente ao guarda-redes. Assim, a defesa do Benfica tem que jogar muito atrás, havendo muito espaço entre as linhas, que é aquilo a que os “especialistas” chamam de “jogar em campo grande”. Com centrais rápidos, pode-se adiantar a defesa e, consequentemente, toda a própria equipe e a equipe contrária, permitindo, também, alargar os alas, abrindo a defesa contrária.

A verdade é que, por esta razão, todos os outros jogadores do Benfica tendem a jogar mal quando estão frente a equipes pequenas. Porque estão longe uns dos outros e têm que recorrer a fintas. Por outro lado, para as equipes contrárias é fácil, basta manter o grupo bem unido na zona central.

Será então de prever que o Benfica faça um bom jogo contra o Sporting na próxima semana. No entanto, apesar de todas as suas falhas, Paulo Bento é bem mais sagaz que Jesualdo, pelo que também não será de excluir um Sporting diferente.

No que toca ao futuro do Benfica, ou troca Quique por um Jorge Jesus, o que não parece pois em Portugal [e nos Açores] há o primado de “o que vem de fora é melhor”, ou o Luisão deixa de jogar, o que também não parece, pois dizem que ele tem grande influência sobre os colegas. Portanto, nós benfiquistas, podemos ter a certeza de um resto de época que desafia o nosso sistema nervoso. Com alguma sorte, como tivemos hoje, seguiremos vencendo e até nos arriscamos a ser campeões, tal qual na era Trap.

3 comentários:

Anónimo disse...

Para a era Trap só falta mesmo o Veiga e uns quantos "enganos"... o Veiga não vai aparecer mas os enganos já apareceram algumas vezes, que o diga o Braga.

Anónimo disse...

"enganos" como o penalti no porto-benfica? ou "enganos" como os dois golos do porto contra o rio ave? ou será que são "enganos" como o golo do postiga contra o belenenses em claro fora-de-jogo, ou ainda "enganos" como o pontapé que o gordemback pregou num belenense e viu o amarelo quando era vermelho directo???

francamente, é que mais vale estarem caladinhos...shhhiu!

Anónimo disse...

A visão é uma grande virtude... coitadinho do Benfica eheh