28 abril 2009

O Real Valor

Em relação à questão dos nomes apontados pelas estruturas regionais do PSD e PS para as respectivas listas às Europeias '09, as únicas comparações passíveis de serem feitas serão entre o PSD Madeira e o PS Açores e, por outro lado, entre o PSD Açores e o PS Madeira. A razão é simples, o partido que está no poder na sua região autónoma detém um potencial negocial definitivamente mais importante do que aquele que está na oposição. Neste sentido, será importante notar que, enquanto o PSD Açores garantiu uma posição elegível, o tão falado 6º lugar de Maria do Céu Patrão Neves, o PS Madeira conseguiu apenas um 11º lugar.

Por muito que se diga e escreva, o importante mesmo nesta questão é estar representado no Parlamento Europeu e os Açores seguirão tendo dois eurodeputados. Já a Madeira sofre um duro golpe, pois mesmo com as fintas à Lei, dificilmente o candidato do PS local será eleito.

5 comentários:

Tibério Dinis disse...

Caro Rui,

se colocas a questão nestes termos, terás que referir as expectativas de poder. E objectivamente o PSD/A tem maiores expectativas de poder que o PS/M.

Mas o problema não vem dai, o problema e que no Congresso MFL deu baile aos sociais-democratas e a todos os açorianos. Berta anunciou um nome para ter que voltar atrás, isto para uma liderança de meio ano e que ainda não provou nada é uma grande derrota.

Haja Saúde

Rui Rebelo Gamboa disse...

Caro Tibério,

A expectativas de PSD Açores e PS Madeira são rigorosamente as mesmas. Aliás, nas últimas legislativas regionais da Madeira, Jacinto Serrão, até então líder dos socialistas madeirenses, acreditava na vitória, como se podia constatar no seu discurso de campanha. Agora, se me disseres que era irrealista da sua parte, talvez. Mas quando tu próprio colocas a questão em "expectativas de poder", são expectativas dos próprios partidos e não o julgamento que cada um de nós faz cá fora.

Bem e quanto aos nomes, realmente tem o valor que tem. Admitindo que tem alguma importancia, a mim interessam-me muito mais os resultados. Assim, os resultados dde trabalho parlamentar europeu de Duarte Freitas são excelentes e em prol dos Açores e só podem ser comparados com os de Paulo Casaca que, podendo ser bons, dividem-se entre os Açores e questões islamicas. A minha avaliação será portanto sempre mais positiva para com Duarte Freitas. Quanto aos novos eurodeputados, o tempo dirá, sendo certo que uma tem um passado curricular que nos permite esperar trabalho mais abrangente, enquanto o outro tem um passado que nos faz esperar uma abordagem comprovadamente errada que é olhar para a UE sempre com a vaca no meio.

Mas se queres falar na pessoa de Berta Cabral, não podes dizer que ainda não provou nada, nem muito menos de MFL dar "baile" no Congresso.
1. Falar de Berta Cabral poderá ser feito sob dois prismas: o seu trabalho em prol das populações [e não me canso de dizer que se perde muito tempo com questões menores de polítiquice e de anáilise política incosequente] e neste as provas são mais que muitas, não valendo a pena sequer enumerar-las. Depois o seu trabalho enquanto líder do PSD e aí, meu caro, só o facto de conseguir reunir as tropas todas atrás de si, é uma vitória que nem todos conseguem, mesmo estando anos na frente do seu partido.

E quanto à MFL, quer dizer, ela é a líder do partido. A passagem dela pelo Congresso do PSD foi pouco mais que um bocejo. Evidentemente e totalmente compreensível, ela lutou pelo seus interesses e do todo nacional. Não conseguiu, teve daqui dos Açores uma luta que certamente não esperava, ou também ela não teria anunciado o nome dos Açores em décimo. Houve compromisso das duas partes, certamente. Se houve "baile", foi porque dois dançaram.

Acabo dizendo que o fim de quem anda na vida política não é ter "vitórias" dentro dos partidos ou andar em tricas políticas menores. Mais, nós próprios que gostamos de analisar essas questões, devemos ser os primeiros a não dar importancia a isso. O fim da vida política é o desenvolvimento das populações e as acções que quem está na vida pública e no poder tem para contribuir para isso. Neste contexto da UE, o que nos deve interessar é o resultado do trabalho dos eurodeputados, que tem alguma importancia, mas mais ainda o trabalho que o Governo Regional faz na defesa dos interesses perante a Comissão e aí, como o próprio admite, a coisa não tem sido fácil, com claras perdas para sectores fundamentais da nossa economia. E é incrível como se escreve sobre nomes e não sobre conteúdos.

Tibério Dinis disse...

Caro Rui,

boa argumentação nas expectativas:)

Quanto às posições PSD e PSD/A discordo, houve claramente erros de estratégia. O prato forte do Congresso foi o anuncio de Duarte Freitas, foi a primeira e grande cartada de Berta Cabral enquanto líder e teve na altura o conseno de MFL. Estamos a falar de uma líder que acabava de assumir os destinos do partido nos Açores.
MFL trocou as voltas a Berta e voltou a trocar, quando Berta faz a conferência de imprensa pensando que o nome dos Açores estava à frente do da Madeira, não foi nenhum comentador a puxar este argumento foi a própria Berta, para em menos de 24 horas ser desmentida.

Berta enquanto autarca de PDL tem o trabalho à vista e comprovado pelo eleitores, agora como líder regional do PSD ainda não teve nenhuma cartada decisiva, reunir tropas apenas não é um resultado positivo, poderá se comparativamente às anteriores lideranças do PSD Açores.

Duarte Freitas é claramente a melhor pessoa para representar os açorianos no PE, o interesse das populações também não pode ser substituido pelos interesses dos partidos. Colocar DF em 10º é menosprezar o trabalho deste, a justificação da lei da paridade deixa a desejar e ainda mais o argumento da renovação.

O PSD/A tinha que ter outro peso negocial, Berta tinha tudo para obrigar MFL a colocar DF no lugar merecido da lista. Berta tinha ao seu dispor posições de força, a última seria a ameaça de deixar a liderança do PSD/A, que como sabemos deixaria o PSD/A mais uma vez de rastos, MFL não resistiria.

Se este é o poder negocial do PSD/A com a liderança mais forte da última década, perante a líderança mais fraca do PSD dos últimos anos, deixa muito a desejar.

Haja Saúde

Rui Rebelo Gamboa disse...

Pois era, caro Tibério, estou certo que muito gostariam que a Dra Berta abandonasse a liderança do PSD-Açores. Mas não. A Dra Berta está para durar, por muito que isso custe a uma cada vez menor minoria.

No resto, sigo pensando que a única análise que deve ser feita ao trabalho da Dra Berta é enquanto política ao serviço da população e não do PSD, essas são contas internas. Duarte Freitas fez um excelente trabalho, agora dê-se espaço a Patrão Neves. O resto é passado e, sinceramente, não mexe com a população. O que mexe com a população é má gestão de dinheiros públicos. Gastos ao desbarato. Compras, obras e encomendas de navios só para encher o ego [ou outra coisa qq].

E acho engraçado que se fale no Duarte Freitas, quando Paulo Casaca, ele próprio, disse que foi afastado do lugar de eurodeputado por Sócrates por nenhuma razão como lei de paridade, ou diminuição do número de lugares elegíveis, como no caso de DF, mas porque pura e simplesmente não agradou ao Querido Líder. Que raio de partido pluralista aquele, pôça! Mas mais a sério, é sintomático.

Cumprimentos

Tibério Dinis disse...

Caro Rui,
não digo que deixaria a liderança, mas Berta tem outro peso negocial do que p.e. Costa Neves, pelo menos penso assim.

A sucessão de Casaca também foi do pior que já se viu, mas pelo menos o PS sob gerir os timings para não ser em cima das eleições. O PSD geriu mal, MFL demorou a escolher o cabeça de lista, as listas foram uma correria. No dia das eleições serão mais os que se recordarão da substituição de DF do que de PC.

Continuo a discordar da tua posição sobre o interesse das pessoas, pois parece um argumento para contar para "as europeias não servem para nada", apenas por isso.

Haja Saúde