O Atlântida e o Anticiclone já não vêm mesmo para os Açores. Nas palavras do sr. Secretário Regional da Economia no Telejornal de 23 de Dezembro, a Região Autónoma dos Açores entregou 37.3 milhões de euros aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e receberá 40 milhões (32 já recebidos e os restantes nos próximos anos). Segundo também Vasco Cordeiro, na mesma entrevista à RTP-Açores, os cerca de 2.7 milhões de euros a mais que os Açores vão receber são relativos a “outros custos que existiriam no âmbito deste processo”.
Toda esta operação acaba por ser fracasso indisfarçável, apesar de todas as tentativas de maquilhagem. Ficou provado na auditoria do Tribunal de Contas que a construção dos navios sofreu uma série de aditamentos, sem qualquer justificação plausível. Foram estes aditamentos que alteraram a estrutura base do Atlântida, tendo como consequência directa o não atingir a velocidade desejada pela Atlanticoline.
No fundo, o Governo dos Açores acabou por ser uma espécie de instituição de crédito muito benevolente. Emprestou os 40 milhões de euros aos ENVC durante cerca de dois anos para a construção de dois navios que têm um valor, cerca de, 50 milhões (segundo os valores da auditoria do Tribunal de Contas). Como se ouviu da boca do sr. Secretário, a diferença entre os 37.3 milhões pagos pelo GRA e os 40 milhões que os ENVC irão dar de volta, não são indemnizações nem, muito menos, juros, são, isso sim, os tais “outros custos”.
No actual paradigma económico-financeiro mundial, encontrar uma entidade que esteja disponível a emprestar 40 milhões de euros sem contrapartidas não é raro, é caso único.
O desfecho de todo este processo não é, de todo, uma excelente notícia para o Governo Regional. Pelo contrário, poderia ter corrido muito melhor. O Governo Regional deveria ter sentado a SATA e a Atlanticoline à mesma mesa antes de partir para aquisição dos novos aviões e construção dos navios. É impensável que duas empresas públicas que fazem o mesmo serviço, transporte de pessoas e cargas inter-ilhas, não tenham estudado conjuntamente o mercado para depois partirem para a aquisição dos equipamentos. Mais, a forma como a Atlanticoline conduziu todo este processo de projecção e construção dos navios demonstra apenas e só incompetência, uma vez que o objectivo de os Açores terem navios próprios e não terem que recorrer todos anos ao aluguer, não foi conseguido. Este desfecho foi uma minimização de danos, apenas isso.
Toda esta operação acaba por ser fracasso indisfarçável, apesar de todas as tentativas de maquilhagem. Ficou provado na auditoria do Tribunal de Contas que a construção dos navios sofreu uma série de aditamentos, sem qualquer justificação plausível. Foram estes aditamentos que alteraram a estrutura base do Atlântida, tendo como consequência directa o não atingir a velocidade desejada pela Atlanticoline.
No fundo, o Governo dos Açores acabou por ser uma espécie de instituição de crédito muito benevolente. Emprestou os 40 milhões de euros aos ENVC durante cerca de dois anos para a construção de dois navios que têm um valor, cerca de, 50 milhões (segundo os valores da auditoria do Tribunal de Contas). Como se ouviu da boca do sr. Secretário, a diferença entre os 37.3 milhões pagos pelo GRA e os 40 milhões que os ENVC irão dar de volta, não são indemnizações nem, muito menos, juros, são, isso sim, os tais “outros custos”.
No actual paradigma económico-financeiro mundial, encontrar uma entidade que esteja disponível a emprestar 40 milhões de euros sem contrapartidas não é raro, é caso único.
O desfecho de todo este processo não é, de todo, uma excelente notícia para o Governo Regional. Pelo contrário, poderia ter corrido muito melhor. O Governo Regional deveria ter sentado a SATA e a Atlanticoline à mesma mesa antes de partir para aquisição dos novos aviões e construção dos navios. É impensável que duas empresas públicas que fazem o mesmo serviço, transporte de pessoas e cargas inter-ilhas, não tenham estudado conjuntamente o mercado para depois partirem para a aquisição dos equipamentos. Mais, a forma como a Atlanticoline conduziu todo este processo de projecção e construção dos navios demonstra apenas e só incompetência, uma vez que o objectivo de os Açores terem navios próprios e não terem que recorrer todos anos ao aluguer, não foi conseguido. Este desfecho foi uma minimização de danos, apenas isso.
3 comentários:
Linkei-te no CAF, nos Transportes Marítimos - Forum... sem te pedir antes... Obgd e desculpa :)
Bom ano novo Rui! Votos de muita alegria e de bom trabalho.
Finalmente concordo com o rui.
Estava a ver que o ano terminava sem tal acontecer.
Pela abordagem do autor, fica a ideia que será um residente nos Açores, e, naturalmente um cidadão mais preocupado com os problemas e governação da Região. Entretanto, seria do interesse de todos, esclarecer que o projecto dos navios foi escolha da Atlanticoline e GRA, de concepção de um gabinete na Rússia, (que já não existira?,)não sendo autoria dos ENVC. E, ainda que, para além das alterações feitas no Atlântida para corrigir erros de projecto, terão existido diversas alterações a pedido dos representantes da Atlanticoline.
Apesar do assunto dar "pano para mangas", também mereceria referência pelo autor, o facto um país com as dificuldades financeiras como Portugal, se dar ao luxo de ter um navio novo parado e outro meio-navio por concluir. Só de uma classe política e de gestores irresponsáveis. É um caso de lesa economia e lesa nação.
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