04 dezembro 2009

Thierry Henry, Porque Tinhas que Meter a Mãozinha?


Ao ler este subliminarmente ilustrado postal do Jordão, apercebi-me que estou a pactuar com uma situação de ladroagem de forma totalmente imperdoável para a minha própria consciência. Pior, apercebi-me que vou ter que continuar.

O tema é futebol, pois claro. E o sub-tema as arbitragens, pois claro. O caso em apreço é o handball do Henry nas qualificações para o Mundial. Como disse ao Jordão, só podemos ter duas posições em relação a este caso e, por arrasto, àquilo que se passa em Portugal:

- Ou assumimos que o árbitro do França-Irlanda falhou, ao não ver o langaia do Henry ajeitar a bola com a mão.
- Ou assumimos que o árbitro do França-Irlanda viu o langaia do Henry ajeitar a bola com a mão e não quis marcar a respectiva falta.

Ora, se formos pela primeira hipótese, somos anjinhos e vivemos uma vida, de certa forma, feliz e alheados das manhas do Mundo. Neste caso, a questão acaba aqui.
Mas se formos pela segunda hipótese, somos realistas e vivemos uma vida, de certa forma, angustiante, mas recompensadora, e sabemos das manhas do Mundo. Neste caso, temos que fazer alguma coisa.

O que fazer, então? Em relação a este caso do Henry, deveríamos boicotar o Mundial. Não víamos hoje o sorteio, nem, muito menos, veríamos os fantásticos jogos que terão lugar no Verão de '10.

Mas ao fazermos isso, teríamos também de boicotar o campeonato português que, como se sabe, está viciado pela direcção do FCPorto.

Pelo contrário, se reconhecemos que o Porto vicia o campeonato português e continuamos a ver os jogos, estamos a pactuar com sabujice e até estamos alimentando-a.

A decisão é complicada. Por um lado temos uma equipa fantástica, como o Benfica, a fazer jogos memoráveis e que, tal como as outras 14 que formam a Liga, não tem qualquer culpa desta situação. Por outro lado, pactuamos e alimentamos uma “cosa nostra” nortenha.

A resposta está dada no começo. A consciência está pesada, mas os olhos e o coração estão felizes! Não se pode ter tudo.

1 comentário:

Jordão disse...

Amigo Rui, o texto está muito bem escrito, como sempre, a argumentação é que falha só num ponto, aliás dois nomes: Lucílio Baptista.

Um abraço