A mulher e a Lei da Paridade

"... ficamos com uma impressão de que só a obrigação para a inclusão de um terço de mulheres nas listas eleitorais é insuficiente quando, em muitas situações, percebemos que muitas delas constam na lista apenas por constar."

"Concordo, sem nenhuma reserva, com lei da paridade, já que a promoção da igualdade exige, quase sempre, que coloquemos o carro à frente dos bois."

Ainda que de autor identificado*, estas frases poderiam ter sido escritas por um qualquer outro/outra que esta semana escreveu sobre o Dia da Mulher. A substância da escrita e o efeito pretendido seriam similares: falar da discriminação da mulher, ontem, hoje e amanhã... porque sim!

Sou, sem quaisquer reservas, contra a Lei da Paridade porque a igualdade não se impõe por decisão do Estado.

A Lei da Paridade é uma lei machista, feita para apenas para agradar ao politicamente correcto, apaziguando, apenas, consciências mais pesadas.

A Lei da Paridade, como lei machista que é, foi feita para manter a discriminação da mulher.

A Lei da Paridade, em simultâneo com outras leis pretensamente destinadas a tratar como igual aquilo que é desigual, é, actualmente, uma aberração na democracia portuguesa.

A Lei da Paridade é um insulto para as mulheres, na exacta medida em que as torna num número, tal e qual como no Gulag soviético ou em Aushwitz.

A Lei da Paridade, ao estabelecer quotas, discrimina homens e mulheres, afastando a excelência.

A excelência existe nos homens e mulheres. Nomear um ser absolutamente incompetente para um qualquer cargo, em função do género ou quaisquer outras características particulares, que não caibam nas competências adequadas às funções a exercer, não é tornar as pessoas iguais: é, no mínimo, condescendência ou, mais grave, o regresso à selecção natural e, obviamente, criminoso.

Uma mulher competente é uma mulher competente, não depende de quotas e muito menos de cotas. Sobretudo, não as aceita.

Aliás, quotas pagam-se nos clubes, desportivos ou privados, e são sempre em dinheiro.

* O autor das frases, Paulo Mendes, escreveu uma excelente peça, apesar das discordâncias a separar-nos, e nada tem a ver com as conclusões que retiro sobre a Lei da Paridade, até porque, sendo urbano, apenas quis realçar aspectos que, na opinião dele, ainda são discriminatórios.