17 junho 2010

"The fault, dear Brutus, is not in our stars, but in ourselves"

Algo não está bem dentro do PS-Açores. A explicação só pode residir na perspectiva de mudança que, inevitavelmente, acontecerá.. Já se sabia que, a partir de certa altura, a liderança de César ia ficar altamente fragilizada e os delfins e afins deixariam de o proteger cegamente como se viu no passado.

O exemplo mais recente é paradigmático.

Carlos César, no Congresso do PS, falou, por alto, nas tarifas abaixo dos 100 euros, para as ligações entre o continente e os Açores. Era o Congresso e não dava para entrar em grandes pormenores técnicos sobre como isso se iria proceder. Mas, passados uns dias, César foi entrevistado na Antena 1 Açores e disse, claramente, e por duas vezes, que “seria possível as empresas praticarem preços quer promocionais, quer regulares abaixo desse valor (120€).

Ontem, os deputados do PS-Açores, pela voz do próprio filho de Carlos César, vêm desmentir totalmente as palavras do seu líder (neste caso pai, também). Francisco César afirmou, então, que “estamos a falar de tarifas promocionais” e não de tarifas regulares.

Todos sabemos que essa diferença é fundamental. As tarifas regulares são as que nos interessam, porque as promocionais, actualmente, e segundo informações recolhidas junto do Call Center da SATA (Pierre Sousa Lima), estão esgotadas até Outubro!

De facto, aquelas declarações de César estão a provocar muito embaraço no PS-Açores. Noutros tempos, o que César dizia era lei para os socialistas. Por muito descabido que fosse, todos seguiriam as suas palavras cegamente. Hoje não é bem assim. E não há cá laços de sangue que sustentem lealdades. Quando os soldados não seguem o seu general, quando o próprio filho do general não o apoia em tempos de crise, então o general perdeu toda a sua autoridade. O que o PS-Açores está a dizer a César com estes desmentidos é saber como quer sair, se pelos próprios meios, mantendo alguma dignidade, ou se prefere ser posto fora, com este tipo de tratamento em público.

Quanto a nós, açorianos, fomos enganados.

6 comentários:

Anónimo disse...

Que imaginação fértil!! E no reino laranja como estamos?

A ilha dentro de mim disse...

Em tempo de crise, esta promessa parecia boa de mais para ser verdade... Parecia, e pelos vistos era! Como escrevi no meu post, acho que foi apenas mais uma precipitação de Carlos César na ânsia de reagir à reclamação de Berta Cabral no Congresso do PSD...
Saudações do Tejo,
LB

Rui Rebelo Gamboa disse...

Sim, Lídia, isso é certo que foi uma asneira de César. A questão aqui é que noutros tempos, uma asneira dessas era encapotada e arranjavam-se mil e uma desculpas. Neste caso, o desmentido é de tal forma claro, que não deixa margem para dúvidas, as coisas já não são como eram.

Cordeiro da Vila disse...

As passagens para a Madeira são regulares, mesmo com a circunstância das datas fixas. O problema não está no erro de César, o problema é mais abrangente e reflecte-se na modo como César e o seu governo entendem ser os critérios de melhor governação e aí estão perfeitamente desadequados da realidade e completamente depauperados de ideias sobre qual o melhor futuro para a Região. À semelhança do governo central, o seu perdeu validade.

Anónimo disse...

Dá-lhe Cordeiro... Tiriri...ririri...ri...ri! A luta continua!

A ilha dentro de mim disse...

E ainda bem que não são Rui... Valha-nos ao menos isso!
:))