05 junho 2010

O Preço Certo - Parte 2

O absurdo continua, como não poderia deixar de ser, aliás. A táctica de quem está de má fé na vida política assim o exige e quando se começa com uma mentira, principalmente vinda do líder, o caminho é manter essa mentira. Esta é uma máxima que o PS segue à risca, como já vamos ver.

O primeiro capítulo é conhecido, César não se conteve e, ameaçado, disparou, infundadamente, a Berta Cabral e à sua gestão da Câmara de Ponta Delgada, ajudando-nos, assim, a compreender, definitivamente, que se sente muito incomodado com o carisma da líder do PSD. Mas, adiante.

O segundo capítulo já surge com outro requinte. Já não é César que vem falar. Como é evidente, o líder do PS apercebeu-se rapidamente do erro que fez ao entrar no debate político sobre a gestão camarária de Ponta Delgada, confundido, como é seu hábito, a sua posição de Presidente de Governo Regional, com a de líder do PS-Açores. Assim sendo, foi San-Bento, o ponta de lança socialista no maior município dos Açores, que veio acabar este flop rosa. O cenário estava, portanto, criado para uma finalização desastrosa.

O Sr. San-Bento vem dizer que o passivo da Câmara de Ponta Delgada, mais a Azores Parque e do Coliseu Micaelense ascendia, no final de 2008, a quadrabiliões de ziliões de milhões de euros. Vai-se ver como foi possível chegar a esse número e conclui-se que foi um tal somar tudo, incluindo, pasmem-se, proveitos diferidos. Proveitos, sim! Ridículo. Enfim, mais uma desonestidade política. Pergunto-me se será também intelectual, mas parece-me que não chega a tanto.

Mas então falemos de passivos. Ora, Guterres, como se sabe, absorveu quase toda a dívida que a Região Autónoma dos Açores tinha, deixando apenas cerca de 30 milhões de euros de divida. Uma vez que a gestão dos executivos socialistas, ao longo destes anos, tem assentado apenas no distribuir de dinheiros, no clientelismo e no amiguismo, para retenção do poder, sem qualquer preocupação em produzir riqueza, uma vez que a lógica socialista tem sido a de manter tudo sob o controlo da região, de modo, a, novamente, manter o poder, a solução encontrada só pode ser uma: endividamento. Os executivos socialistas, para manterem o poder, endividaram os açorianos de forma trágica, os açorianos de hoje e os das gerações futuras.

Para se conseguir esse endividamento, recorre-se às empresas como a Saudaçor ou SPRIH. Hoje em dia a divida da região, incluindo aquelas empresas, deverá rondar os 900 milhões de euros, segundo estudo recente do BPI. Bem, é uma questão de se fazerem as contas. De 30 milhões para 900 milhões!

Os ataques de César, primeiro, e de San-Bento, agora, servem para tirarmos duas conclusões: Por um lado, a certeza do incómodo que Berta Cabral gera nos socialistas, nomeadamente, em César, ao ponto de o levar a fazer comentários totalmente infundados. Qualquer estudo de comportamento animal nos dirá isso, o medo leva a comportamentos irreflectidos e em política isso reflecte-se no vale tudo, no atacar por atacar. Por outro lado, serve para esclarecer sobre endividamentos. E neste segundo ponto a conclusão é angustiante para os açorianos; temos uma divida brutal e, com este modelo de gestão socialistas, a perspectiva é de ser cada vez pior. Perante estas duas conclusões, os açorianos ficam com a certeza que há uma forma cuidada de gestão dos bens públicos e outra irresponsável.

É caso, portanto, para agradecer ao PS, nas pessoas de Carlos César e de José San-Bento, o facto de terem trazido este assunto ao debate político. As coisas vão ficando cada vez mais claras!

4 comentários:

Marina da Vila disse...

Eu como não percebo nada disto estou à espera que o Tiberinho venha esclarecer-nos a posição do senhor César. O Cordeiro cá na vila continua sem saber o que fazer mas vou queixar-me porque agora tiraram-me o rendimento minimo.

TEC. SUP. IPSS AÇORES disse...

Este governo dito socialista, em que muitos dos seus membros estiveram presentes nas lutas de Abril de 74 renegam agora algumas destas conquistas através de actos e acções que chegam a roçar a ditadura. Os técnicos superiores das IPSS e Misericórdias manifestaram-se no passado 24 de Abril de 2010(Vespera do 25 de Abril) no Jardim da Zenite, em frente ao Palácio da Conceição e, a presidencia do governo tentou por tudo para impedir que esta manifestação fosse em frente, inclusivé enviou um ofício ao SINTAP a referir uma lei de 1974 a dizer que os desfiles e cortejos eram proibidos em determinadas horas! a roçar a ditadura Vergonhoso, simplesmente vergonhoso
podem ver aqui:
http://tecnicosipssazores.blogspot.com/2010/05/fotos-da-manisfetacao-de-24-de-abril-de.html

cidadão...embora anónimo disse...

È justa, sim senhor, a luta dos funcionários e técnicos das IPSS. Só pagando o mesmo, pelo mesmo trabalho, é que o Estado sai limpo desta trapalhada. Queriam mão de obra barata.

César vai deixar esta trapalhada para a Bertinha resolver.

Sr. Rui, tudo o que está escrito neste texto está muito acertado, mas com tanto problema e buraco que vai começar a aparecer por estes Açores fora, a Dr.ª Berta Cabral vai herdar um pesado fardo......as rosas são espinhosas e vermelhas como o sangue.

O problema disse...

a problemática é que as afirmações pecam por falta de fundamento.