10 novembro 2010

César, Sócrates e Cia. Lda.


“Juntos Conseguimos”. Foi este o slogan da campanha do Partido Socialista nos Açores nas últimas eleições Legislativas nacionais. Todos nos recordámos de ver os enormes outdoors em que um sorridente Carlos César aparecia ao lado de um confiante José Sócrates ao lado da frase que agora relembramos. César e Sócrates conseguiram-no juntos, não haja dúvida. Mas conseguiram o quê? Que país e que Região são estes em que vivemos no dealbar da segunda década do século XXI? Por que razão Portugal foi um dos países do mundo que menos cresceu economicamente ao longo da última década, estando apenas acima do Haiti e da Itália?

As respostas a estas questões são complexas e exigem um exercício de reflexão abrangente. Mas há que imputar responsabilidades a quem está no poder. César cá, Sócrates lá. E, neste contexto, não nos parece razoável que a incompetência explique tudo. Aliás, há evidências que demonstram que há outras razões que indicam que, quem está no poder actualmente, não o exerce tendo como primeira e única prioridade o desenvolvimento e o crescimento harmónico de todos os sectores da sociedade, mas sim tendo como prioridade o favorecimento de apenas alguns: é o chamado amiguismo.

Nos Açores, episódios recentes sugerem exactamente isso. Na semana que passou, por exemplo, um candidato à ordem dos advogados e militante socialista, dizia na comunicação social, com as palavras todas, que existe “tráfico de influências entre estruturas do governo açoriano presidido por Carlos César e grupos de advogados” chegando mesmo ao ponto de afirmar que existe “corrupção”.

Depois, há os conhecidos episódios da Secretária Ana Paula Marques, que alterou um regulamento, de modo a que o seu filho pudesse beneficiar de uma avultada bolsa de estudo, e o mais recente caso do Secretário do Ambiente, Álamo Rodrigues, que adjudicou directamente uma obra de um milhão de euros à empresa do próprio irmão, numa possível infracção ao Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos. É inevitável que um sentimento de injustiça nos assola perante estes casos.

Além disso, há a forma como os nossos destinos têm sido conduzidos e as escolhas que foram tomadas por quem nos governa, que contribuem também para o estado lastimoso a que se chegou. Portugal e os Açores estão nesta incómoda e difícil posição de depender dos mercados internacionais, porque precisamos de dinheiro emprestado para sobreviver. Nós não produzimos para aquilo que consumimos. E quando é o próprio governo que dá o exemplo de viver muito acima das suas possibilidades e, mais, quando é o próprio governo que resolve, ou pensa que resolve, os problemas da sociedade, abrindo linhas de crédito, será apenas normal que as pessoas e as empresas se endividem acima das suas capacidades. Depois, entra-se numa espiral em que é preciso contrair empréstimos para pagar empréstimos e o resultado é, invariavelmente, desastroso.

Mas, dando o benefício da dúvida, olhamos para os investimentos que o Governo faz, na esperança de encontrar um futuro mais risonho. Porém, aquilo que vemos é essencialmente estradas. Alcatrão em cima do nosso verde. A verdade é que no mundo globalizado em que vivemos, temos que investir cada vez mais na Educação e nessa área estamos muito longe do que seria desejado. Como se isso não bastasse, o Governo agora decide cortar também em áreas vitais, como é a Saúde. É um autêntico vale-tudo!

Não somos nós, comuns cidadãos, que tomamos as grandes decisões políticas que levaram o país e a Região a este abismo. Mas somos nós, cidadãos comuns, que pagamos a factura. Cabe-nos a nós, portanto, mudar e apostar noutros protagonistas que nos assegurem, acima de tudo, estabilidade e responsabilidade na gestão do bem público.

Sócrates e César. Juntos conseguiram trazer-nos ao ponto em que estamos. Juntos devem sair!

7 comentários:

António do Rego de Albergaria e Cunha disse...

ISTO JÁ PARECE O METROPOLITANO DO PPD.

SÓ FALTA PÔR O BUFO DA VILA QUE ENQUANTO LÁ ESTEVE O BARRIGA DE BIXAS SEMPRE ESTEVE CALADO.

Anónimo disse...

Não medias ó Rego que querias que estes rapazes fossem o GACS

SKINHEAD disse...

Tirem os cavalinhos da chuva, oh moços.

Antes o socialismo do César do que o comunismo do PPD!

Anónimo disse...

Dezem-se tantes palavrãos neste blog, será que agora dissidirão imitaro diputado do PS?

CARLOS, NO MEIO DO TEMPORAL disse...

AS VERDADES DOEM. E O QUE ESTÁ AQUI ESCRITO SÃO PURAS VERDADES. O PAÍS E A REGIÃO ESTÃO NO MESMO BARCO QUE SE AFUNDA. E AINDA HÁ QUEM DIGA QUE É SÓ UMA PEQUENA INUNDAÇÃO.
OS COMANDANTES DEVEM SER OS ÚLTIMOS A ABANDONAR OS NAVIOS, MAS SE SÓCRATES E CÉSAR QUISEREM NEGAR ESTE AFUNDAMENTO, ENTÃO NEM O CHAVEZ NOS PODERÁ SALVAR.
É PRECISO GENTE NOVA, COM NOVAS SOLUÇÕES.
SE NÃO HOUVER MUDANÇA, ENTÃO AFOGÁMO-NOS TODOS...MENOS OS COMANDANTES E SEUS OFICIAIS, QUE JÁ TÊM OS SEUS SALVA VIDAS.

Cabeço de Touro disse...

A Berta não pode ser, pois ela já passou os 60!

E o Mota Amaral já está cheché!

FRancisco Carlos do Vale Tudo disse...

Ò Touro, não me digas que é o Xiquinho do papá