09 setembro 2011

A Crise Explicada

Após vários anos de gestão desastrosa, por parte, essencialmente, dos governos do PS liderados por José Sócrates, Portugal quase que entrou em bancarrota. Não fosse a intervenção da troyka e, segundo as palavras do ex-Ministro da Finanças, Teixeira dos Santos, o governo português nem teria dinheiro para pagar os ordenados e as reformas. Fomos, portanto, obrigados a contrair um enorme empréstimo, para salvar a nossa já débil e duvidosa soberania.

Como qualquer empréstimo, este também teve condicionantes e compromissos a cumprir. A troyka estabeleceu um plano que tem como fim o desenvolvimento económico de Portugal, com o objectivo de, por um lado, ter a certeza que vai reaver o seu dinheiro e, por outro lado, ajudar Portugal a entrar, de uma vez por todas, numa lógica de crescimento. Há, sem qualquer dúvida, uma ideologia de cariz liberal bem marcante nos métodos que a troyka impõe a Portugal. Uma ideologia que é seguida pelo governo de Passos Coelho. Uma ideologia liberal, que entra em clara oposição com a socialista que governou Portugal e os Açores nos últimos anos e como se viu, falhou … apesar das muitas oportunidades que teve. É, altura, de dar também uma oportunidade e tempo ao modelo que Passos Coelho quer implementar.

Duma forma bastante simplista, a cartilha socialista apostou no desinvestimento dos dinheiros públicos. O socialismo tem uma tendência natural para aumentar o espaço do poder público em detrimento do privado. Isto leva ao minguar do sector privado com consequente aumento de desemprego. A isto o socialismo responde com mais sector público. Aumenta a máquina estatal para, por um lado, garantir controlo sobre a sociedade e, por outro, oferecer emprego. Mas há uma falha em todo este processo: é que não se cria riqueza. Regra geral, é o sector privado, dada a sua natureza intrínseca, que está habilitado a produzir bens e mais-valias transaccionáveis que façam chegar riqueza ao país. E ao não se criar riqueza, entra-se numa espiral de endividamento, apenas travada, momentaneamente, através do recurso ao empréstimo.

É esta, pois, a herança socialista que Passos Coelho no continente está a tentar inverter, em que as despesas ultrapassam em muito as receitas. Em que a dívida pública é um problema gravíssimo. Na simplicidade e frieza dos números a solução é fácil: reduzir despesa e aumentar receita. No entanto, estamos aqui a falar de pessoas. De nós próprios, cidadãos que compõem este país. Logo, as medidas que são necessárias à quebra de ciclo, irão afectar-nos a todos.

As duras medidas que estão a ser implementadas pelo governo de Passos Coelho têm que ser entendidas como uma cura a uma grave doença. Diria que estamos em processo de quimioterapia para nos livramos do cancro que o PS de Sócrates nos deixou.

Aqui, nos Açores, ainda não chegou verdadeiramente o impacto desta crise. Aqui, nos Açores, continuamos a viver no modelo socrático, de endividar para disfarçar o buraco, apesar de aqui e ali já se sentirem os efeitos do fim do paraíso do dinheiro emprestado. Por outro lado, as imposições da troyka ainda nem chegaram bem aos Açores, uma vez que as contas da região ainda nem começaram a ser analisadas. Por isso temos que estar preparados para o que vem aí. Porque, dizem as notícias, a dívida pública dos Açores deverá ascender os 3 mil milhões de euros.

Os Açores são ainda, e apesar de às vezes poder não parecer, dadas as obras faraónicas que se fazem, uma região pobre. Durante todos estes anos de poder, o PS de César não conseguiu criar uma lógica de criação de riqueza. Pelo contrário, o que se vê é quase todas as empresas privadas açorianas, com as da construção civil à cabeça, com gravíssimos problemas e em risco de fechar. Se em Portugal continental ainda existem alguns sectores que exportam e trazem riqueza, nos Açores a situação é mesmo dramática. Se retirarmos o investimento feito pelo governo regional, que vem dos empréstimos e das transferências orçamentais de Lisboa e da União Europeia, não entra qualquer capital na nossa economia.

A situação é clara: quanto mais tempo o PS estiver no poder, maior serão os efeitos, posteriormente, para nós, população. Não tenhamos dúvidas: este governo do PS gasta o que não tem e, para tal, endivida a região. E a região somos nós. Logo, somos nós que vamos acabar por pagar, como se está a ver no continente. É urgente, pois, acabar com a governação socialista nos Açores.

1 comentário:

Justina da Carreira do Tiro disse...

É urgente acabar com a governação Social Democrata na Madeira.

Caro Rui, o problema não é o partido X ou Y, o problema reside no facto dos politicos não saberem que são meros empregados do povo e não ao contrário.