A propósito do filme Frost/Nixon [ainda não vi], que esteve há poucos dias em competição nos Óscares, a SIC-Notícias apresenta a entrevista original que David Frost fez ao presidente Nixon três anos após este ter resignado ao cargo.
É surpreendente, por vezes, a forma como Nixon reage às perguntas que Frost apresenta, não fugindo às questões e sempre coerente com a sua linha ideológica política, apesar de em muitos casos admitir algum arrependimento em relação a decisões. É também surpreendente a forma como fala dos serviços de informação norte-americanos, nomeadamente a CIA, que, nas suas palavras, não teve a capacidade de antever a guerra do Yom Kippur, ou o golpe de Estado no Cambodja pelos Khmer Vermelhos. Falhas realmente graves, se levarmos em linha de conta o facto de ambos os casos estarem no centro da política externa norte-americana.
Em relação a Watergate, Nixon revelou-se evasivo, socorrendo-se invariavelmente da pouca memória que tinha dos acontecimentos que permitiram a criação dos Canalizadores e tudo o resto. Neste contexto, foi curiosa a sua afirmação que quando um acto ilícito é realizado por um Presidente, em defesa da segurança da nação, é legal. O caso em apreço era o assalto de instituições/organizações que, hipocritamente, eram contra a guerra do Vietname, usando meios violentos. Aliás, a tese de Nixon que a guerra do Vietname poderia ter acabado uns anos antes, não fossem os movimentos “pró-paz” poderá ter algum fundamento. Com efeito, o Vietname do Norte via na divisão interna dos EUA um trunfo a seu favor na mesa das negociações, deste modo deverá ser vista a outra luz todas as acções que a administração Nixon tomou contra aquelas instituições/organizações.
Aquilo que se vê é claramente um homem já sem a máscara que a vida pública o obrigou a usar toda a sua vida adulta. Assim, é indisfarçável o complexo anti Kennedys, complexo anti classe intelectual e outros complexos, mas comprova-se também que Nixon é coerente e, acima de tudo, patriota. No fim, Nixon é, nesta entrevista, um homem à procura de salvar o que for possível do que vier a ser escrito sobre a sua pessoa nos livros de História.
É surpreendente, por vezes, a forma como Nixon reage às perguntas que Frost apresenta, não fugindo às questões e sempre coerente com a sua linha ideológica política, apesar de em muitos casos admitir algum arrependimento em relação a decisões. É também surpreendente a forma como fala dos serviços de informação norte-americanos, nomeadamente a CIA, que, nas suas palavras, não teve a capacidade de antever a guerra do Yom Kippur, ou o golpe de Estado no Cambodja pelos Khmer Vermelhos. Falhas realmente graves, se levarmos em linha de conta o facto de ambos os casos estarem no centro da política externa norte-americana.
Em relação a Watergate, Nixon revelou-se evasivo, socorrendo-se invariavelmente da pouca memória que tinha dos acontecimentos que permitiram a criação dos Canalizadores e tudo o resto. Neste contexto, foi curiosa a sua afirmação que quando um acto ilícito é realizado por um Presidente, em defesa da segurança da nação, é legal. O caso em apreço era o assalto de instituições/organizações que, hipocritamente, eram contra a guerra do Vietname, usando meios violentos. Aliás, a tese de Nixon que a guerra do Vietname poderia ter acabado uns anos antes, não fossem os movimentos “pró-paz” poderá ter algum fundamento. Com efeito, o Vietname do Norte via na divisão interna dos EUA um trunfo a seu favor na mesa das negociações, deste modo deverá ser vista a outra luz todas as acções que a administração Nixon tomou contra aquelas instituições/organizações.
Aquilo que se vê é claramente um homem já sem a máscara que a vida pública o obrigou a usar toda a sua vida adulta. Assim, é indisfarçável o complexo anti Kennedys, complexo anti classe intelectual e outros complexos, mas comprova-se também que Nixon é coerente e, acima de tudo, patriota. No fim, Nixon é, nesta entrevista, um homem à procura de salvar o que for possível do que vier a ser escrito sobre a sua pessoa nos livros de História.
Altamente recomendado!
3 comentários:
Tive pena de não apanhar na integra as entrevistas que a SIC Noticias transmitiu.
Encontrei este vídeo que também pode ser descarregado.
http://video.google.com/videoplay?docid=2622746270623660113
Cumps
Nixon mostra-nos como um idiota pode facilmente tornar-se presidente da maior nação do mundo.
Acabei de ver o filme. As entrevistas, na minha opinião, ficam largos passos à frente do filme. Ainda assim, gostei.
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