O absurdo continua, como não poderia deixar de ser, aliás. A táctica de quem está de má fé na vida política assim o exige e quando se começa com uma mentira, principalmente vinda do líder, o caminho é manter essa mentira. Esta é uma máxima que o PS segue à risca, como já vamos ver.
O primeiro capítulo é conhecido, César não se conteve e, ameaçado, disparou, infundadamente, a Berta Cabral e à sua gestão da Câmara de Ponta Delgada, ajudando-nos, assim, a compreender, definitivamente, que se sente muito incomodado com o carisma da líder do PSD. Mas, adiante.
O segundo capítulo já surge com outro requinte. Já não é César que vem falar. Como é evidente, o líder do PS apercebeu-se rapidamente do erro que fez ao entrar no debate político sobre a gestão camarária de Ponta Delgada, confundido, como é seu hábito, a sua posição de Presidente de Governo Regional, com a de líder do PS-Açores. Assim sendo, foi San-Bento, o ponta de lança socialista no maior município dos Açores, que veio acabar este flop rosa. O cenário estava, portanto, criado para uma finalização desastrosa.
O Sr. San-Bento vem dizer que o passivo da Câmara de Ponta Delgada, mais a Azores Parque e do Coliseu Micaelense ascendia, no final de 2008, a quadrabiliões de ziliões de milhões de euros. Vai-se ver como foi possível chegar a esse número e conclui-se que foi um tal somar tudo, incluindo, pasmem-se, proveitos diferidos. Proveitos, sim! Ridículo. Enfim, mais uma desonestidade política. Pergunto-me se será também intelectual, mas parece-me que não chega a tanto.
Mas então falemos de passivos. Ora, Guterres, como se sabe, absorveu quase toda a dívida que a Região Autónoma dos Açores tinha, deixando apenas cerca de 30 milhões de euros de divida. Uma vez que a gestão dos executivos socialistas, ao longo destes anos, tem assentado apenas no distribuir de dinheiros, no clientelismo e no amiguismo, para retenção do poder, sem qualquer preocupação em produzir riqueza, uma vez que a lógica socialista tem sido a de manter tudo sob o controlo da região, de modo, a, novamente, manter o poder, a solução encontrada só pode ser uma: endividamento. Os executivos socialistas, para manterem o poder, endividaram os açorianos de forma trágica, os açorianos de hoje e os das gerações futuras.
Para se conseguir esse endividamento, recorre-se às empresas como a Saudaçor ou SPRIH. Hoje em dia a divida da região, incluindo aquelas empresas, deverá rondar os 900 milhões de euros, segundo estudo recente do BPI. Bem, é uma questão de se fazerem as contas. De 30 milhões para 900 milhões!
Os ataques de César, primeiro, e de San-Bento, agora, servem para tirarmos duas conclusões: Por um lado, a certeza do incómodo que Berta Cabral gera nos socialistas, nomeadamente, em César, ao ponto de o levar a fazer comentários totalmente infundados. Qualquer estudo de comportamento animal nos dirá isso, o medo leva a comportamentos irreflectidos e em política isso reflecte-se no vale tudo, no atacar por atacar. Por outro lado, serve para esclarecer sobre endividamentos. E neste segundo ponto a conclusão é angustiante para os açorianos; temos uma divida brutal e, com este modelo de gestão socialistas, a perspectiva é de ser cada vez pior. Perante estas duas conclusões, os açorianos ficam com a certeza que há uma forma cuidada de gestão dos bens públicos e outra irresponsável.
É caso, portanto, para agradecer ao PS, nas pessoas de Carlos César e de José San-Bento, o facto de terem trazido este assunto ao debate político. As coisas vão ficando cada vez mais claras!
4 comentários:
Eu como não percebo nada disto estou à espera que o Tiberinho venha esclarecer-nos a posição do senhor César. O Cordeiro cá na vila continua sem saber o que fazer mas vou queixar-me porque agora tiraram-me o rendimento minimo.
Este governo dito socialista, em que muitos dos seus membros estiveram presentes nas lutas de Abril de 74 renegam agora algumas destas conquistas através de actos e acções que chegam a roçar a ditadura. Os técnicos superiores das IPSS e Misericórdias manifestaram-se no passado 24 de Abril de 2010(Vespera do 25 de Abril) no Jardim da Zenite, em frente ao Palácio da Conceição e, a presidencia do governo tentou por tudo para impedir que esta manifestação fosse em frente, inclusivé enviou um ofício ao SINTAP a referir uma lei de 1974 a dizer que os desfiles e cortejos eram proibidos em determinadas horas! a roçar a ditadura Vergonhoso, simplesmente vergonhoso
podem ver aqui:
http://tecnicosipssazores.blogspot.com/2010/05/fotos-da-manisfetacao-de-24-de-abril-de.html
È justa, sim senhor, a luta dos funcionários e técnicos das IPSS. Só pagando o mesmo, pelo mesmo trabalho, é que o Estado sai limpo desta trapalhada. Queriam mão de obra barata.
César vai deixar esta trapalhada para a Bertinha resolver.
Sr. Rui, tudo o que está escrito neste texto está muito acertado, mas com tanto problema e buraco que vai começar a aparecer por estes Açores fora, a Dr.ª Berta Cabral vai herdar um pesado fardo......as rosas são espinhosas e vermelhas como o sangue.
a problemática é que as afirmações pecam por falta de fundamento.
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